Os Puranas ou "Antiguidades" são textos versificados, cada
qual, via de regra, dedicado a uma descrição das característi-
cas e feitos de alguma grande divindade e a uma afirmação dos
elementos de seu culto relacionado e as peregrinações ligadas
ao mesmo. Na verdade os tratados, muitas vêzes volumosos,
contêm detalhes sôbre a criação do mundo, a genealogia dos
deuses, pré-história humana, dinastias reais - além de muitas
digressões, algumas a respeito de assuntos seculares, outras li-
dat1do com questões religiosas ou especulativas. Os Puranas
se originam do inicio de nossa era até o século X e mesmo subse-
qüentemente. No correr dêsses séculos sua matéria central
nutriu as crenças e práticas dos hindus. Existem dezoito Pu-
ranas principais e uma grande quantidade de Puranas secun-
dários.
O número 2 apresenta a história da descida ao inferno pelo
rei Vipashcit, que por uma falta de menor importância mere-
ceu um instante de punição. O servidor do deus da morte
mostra-lhe sêres humanos sujeitos a torturas e então convida-o
a deixar aquele lugar de sofrimento. Com isso, produz-se o
milagre...
1. Hino a Candika
Ó deusa que acaba com o sofrimento dos que te suplicam, sê in-
dulgente!
Sé indulgente, Ó mãe de todo o mundo!
Sê indulgente, Ó rainha do universo; salva o universo!
Tu, Ó deusa, és rainha de tudo quanto se move e não se move!
Tu somente te tomaste o sustentáculo do mundo,
Porque tu subsistes na forma da terra!
Por ti, que existem na forma de água, todo
Este universo está cheio, Ó tu inviolável em teu valor!
Tu és a energia de Vixnu, sem limites em teu valor;
Tu és o germe do universo, tu és a Ilusão sublime!
Todo este mundo foi enfeitiçado, Ó deusa;
Tu, quando realmente atingida, és a causa da emancipação fi-
Mas quanto à existência na terra!
Todas as ciências são porções de ti, Ó deusa;
E assim são as fêmeas, sem exceção, nos mundos!
Por ti apenas, como mãe, este mundo foi preenchido!
Que louvor pode haver para ti? Tu estás além de louvor, a
mais sublime expressão!
Ó deusa, sé indulgente! Protege-nos de todo
contra o medo de nossos inimigos
Perpetuamente, como neste próprio momento nos salvaste logo
pela matança dos Asuras! (a)
E traze rapidamente ao descanso os pecados de todos os mundos
E as grandes calamidades que surgiram do amadurecimento dos
prodígios!
A nós que estamos prostrados, sé indulgente,
Ó deusa, que retiras a aflição do universo!
Ó tu, digna de louvor dos moradores nos três mundos,
Concede graças aos mundos! (22)
(candi-mahatmya, 10)
a) Classe de demônios, opositores dos deuses.
2. A Visita do Rei Vipashcit ao Inferno
Olá, servidor de Yama! Dize, que pecado cometi e pelo qual caí a
Este mais profundo dos infernos, apavorante por seus tormentos? Co-
nhecido como Vipashcit, nasci na família dos Janakas, no país de Vi-
deha, na verdade um guardião dos homens. Fiz inúmeros sacrifícios,
protegi a terra com correção, não deixei haver luta, nenhum hóspede
meu partiu com desagrado; nem tampouco ofendi os pitris (a), os deuses,
os videntes ou meus servidores; nem tampouco cobicei a mulher do
próximo, ou sua riqueza, ou coisa alguma que lhe pertencesse. As mu-
danças de lua, os pitris, nos demais dias lunares os deuses, voluntaria-
mente se aproximavam da humanidade como vacas se aproximam do
bebedouro. Os dois deveres religiosos, tanto o sacrifício quanto a obra
meritória, definham quando os executantes de sacrifícios domésticos
partem suspirando com desagrado na fisionomia. O mérito acumulado
em sete vidas é dissipado pelo suspiro dos pitris; o suspiro certamente
destrói o destino que surge de três vidas. Por isso, certamente sempre
tive boa disposição no que diz respeito aos deuses e aos pitris; sendo
assim, como foi que vim ter a este inferno terrível?
Disse o auxiliar de Yama:
Vem então, vamos a outro lugar. Tu já viste tudo, pois já viste
o inferno. Vem então, vamos a outro lugar.
Disse o recitador:
Com isso, o rei preparou-se para segui-lo, e então surgiu um gri-
to de todos os homens residentes naquela morada de tormentos: Sê
indulgente, ó Rei! Fica por um instante, pois o ar que se prende a teu
corpo satisfaz nossa mente e desmancha de todo a queima, sofrimen-
tos e dores de nossos corpos, ó homem tigrino! Sé indulgente, ó Rei!"
ouvindo essa súplica, o rei pediu ao servidor de Yama - Como
posso dar satisfação a esses homens? Terei feito coisa tão digna de
mérito no mundo dos mortais que por isso saia de mim esse chuveiro
refrescante? Fala.
Disse o auxiliar de Yama:
Visto que teu corpo foi nutrido pelo alimento que ficou, depois dos
pitris, dos deuses, hóspedes e servidores se terem satisfeito, e como tua
mente estava ligada a eles, daí o ar que se prende a teu corpo trazer sa-
tisfação; o tormento, ó Rei, não fere os malfeitores. Considerando
que tu ofereceste o sacrifício do cavalo e outros sacrifícios, de acordo
com os preceitos, por ver os instrumentos, armas, fogos e alavancas
de Yama que causam sofrimento intenso, como esmagamento, corte,
queimadura e assim por diante se tomam suaves, ó Rei! Quando neu-
tralizados por tua majestade.
Disse o rei:
Nem no céu, nem no mundo de Brama, os homens experimentam ta-
manha alegria, acredito, como a que surge de conferir ventura a cria-
turas que sofrem. Se enquanto eu estiver presente aqui o tormento não
ferir esses homens, então aqui, Senhor, ficarei firme como uma mon-
tanha.
Disse o auxiliar de Yama:
Vem, ó Rei; nós passamos adiante. Desfruta os deleites conquis-
tados por teu próprio mérito, deixando de lado aqui os tormentos dos
malfeitores.
Disse o rei:
Por esse motivo não irei, enquanto estes aqui estiverem em sofri-
mento. De minha proximidade os habitantes do inferno extraem feli-
Cidade. Vergonha para a vida doentia em busca de proteção daquele
homem que não favorece quem está em dificuldade, ainda que seja
seu decidido inimigo! Sacrifícios, oferendas, austeridades, não dão
resultado para o bem-estar daquele que não tem qualquer pensamento
em socorro dos atribulados. Quem tiver uma mente cruel para com
crianças, os doentes e outros assim, e também para com os velhos, não
considero humano; na verdade, é um demônio. Mas se estes homens
têm sua dor originada no inferno, seja produzida pelo calor do fogo ou
pelos odores sufocantes, e se têm dor causada por fome e sede que os
leva ao desmaio, então a concessão de auxilio a eles supera, em minha
opinião, a alegria do céu. Se muitos sofredores irão obter a felicidade
enquanto eu estiver na dor, na verdade não devo abraçar-Ihe a essa
dor? Vai tu, portanto, e vai já.
Disse o auxiliar de Yama:
Aqui chegaram tanto Dharma quanto Indra para te levarem. Cer-
tamente deves partir daqui - vai, portanto, ó Rei!
Disse Dharma:
Corretamente adorado por ti, levo-te ao céu; sobe nesta carruagem
celeste e não demores; vamos!
Disse o rei:
Homens aos milhares, ó Dharma, sofrem dor aqui no inferno; e em
sua aflição gritam-me para que os salve; por isso não irei.
Disse Indra:
Esses malfeitores vieram ao inferno em conseqüência de seus
próprios atos; também tu, ó Rei, deves ir ao céu em conseqüência de
teu feito meritório.
Disse o rei:
Se tu sabes, tu, ó Dharma, ou tu, ó Indra, senhor de Shaci, quão
grande realmente é minha autoridade, então digna-te a falar correta-
mente.
Disse Dharma:
Assim como gotas no mar, ou estrelas no céu, ou água da chuva,
como as areias no Ganges - assim como essas gotas de água e outras
coisas são inúmeras, ó Rei, também teu mérito está além de medida.
Em manifestares agora essa compaixão aqui nos infernos, a dimensão
desse teu mérito na verdade aumentou em cem mil. Vai então, ó Rei
e desfruta a morada dos imortais; deixa também estes aqui consumi-
rem no inferno o pecado surgido de seus próprios atos!
Disse o rei:
Como podem os homens atingir seu desejo nas coisas ligadas a
mim, se em minha presença estas pessoas não ganham? Por isso, se-
jam quais forem os seus atos que eu possua, ó senhor dos trinta deu-
ses, por graça deles deixa os pecadores que estão sofrendo tormentos
livrarem-se do inferno!
Disse Indra:
Assim, ó Rei, ganhaste uma posição ainda mais exaltada - que
estes pecadores sejam também libertados do inferno!
Disse o recitador:
Caiu então uma chuva de flores sobre aquele rei e Hari (c) fazendo-
-o subir à carruagem celeste levou-o para o mundo celestial. Tanto eu
quanto os outros que estavam lá fomos libertados dos tormentos e em
seguida ingressamos nas outras existências terrestres, como fora deter-
minado pelos resultados de nossos próprios atos.(23)
(Markandeya, 13, 15)
a) Os ancestrais falecidos.
b) Lei personificada e senhor dos deuses.
c) Vixnu.
3. Vixnu Como Forma Mais Elevada de Brahman (a)
Desse Brahman existem duas condições, uma possuída de forma, a
outra sem forma. Esses estados que degeneram e não degeneram exis-
tem em todas as criaturas. O que não degenera é o Brahman mais
elevado; o que degenera é todo este universo. Assim como a luz se
difunde de um fojo confinado a um lugar, também todo este universo é
a energia difusa o Brahman supremo. E como uma luz mostra uma
diferença maior ou menor, conforme sua proximidade ou distância do
fogo, também existe uma variação na energia de Brahman. Brama,
Vixnu e Xiva são suas energias principais. As deidades são inferiores
Aos mesmos; os Yakshas,(b) etc., às deidades; os homens, o gado, os
animais selvagens, pássaros e répteis aos Yakshas, etc; e as árvores e
plantas são as mais inferiores dessas energias todas. Todo este uni-
verso que, ó asceta excelentíssimo, está sujeito ao aparecimento e ao
desaparecimento, à produção e à destruição, e à transformação, no en-
tanto não degenera e é eterno. Vixnu, contendo tôdas as energias, é
a mais elevada forma de Brahman que, no início de sua abstração, é
contemplada pelos iogues (b) como investida de forma. Dirigida a ele,
a Grande União com sua base e seus germes é produzida nas men-
tes inarredáveis dos devotos. Vixnu é a mais elevada e imediata de
todas as energias de Brahman, o Brahman incorporado, formado do
todo de Brahman. Nele, todo este universo se acha tecido e entrela-
çado; dele é o mundo, e o mundo está nele; e ele é todo o universo.
Vixnu, o senhor, consistindo do que é perecível bem como do impere-
cível, sustenta tudo, tanto o Espírito quanto a Matéria, na forma de
seus ornamentos e armas. (24)
(Vixnu, 1.22, 36 ss.)
a) Brahman como Absoluto (neutro), distinguido de Brama
(masculino), deus supremo.
b) Uma classe de seres semidivinos.
4. A Agitação do Oceano Pelos Deuses
Sendo assim instruídas pelo deus dos deuses, as divindades entra-
ram em aliança com os demônios; e conjuntamente compreenderam a
aquisição da bebida da imortalidade. Reuniram diversos tipos de er-
vas medicinais e jogaram-nas no mar de leite, cujas águas eram ra-
diantes como as nuvens finais e brilhantes do outono. Depois, toma-
ram o monte Mandara por bastão, a serpente Vasuki por corda e co-
meçaram a agitar o oceano para conseguir a Ambrósia. Os deuses reu-
nidos foram colocados por Krishna na cauda da serpente; os daityas e
danavas,(a) em sua cabeça e pescoço. Tostados pelas chamas emitidas
de seu capuz inflado, os demônios foram tosquiados de sua glória;
enquanto as nuvens, levadas para sua cauda pelo hálito de sua boca,
refrescavam os deuses com lufadas reconfortantes. Em meio ao mar
lácteo, o próprio Hari (b), na forma de uma tartaruga, serviu como pivô
para a montanha enquanto a mesma era girada. O portador da maça
e disco (b) estava presente, em outras formas, entre os deuses e demônios
e ajudou a arrastar o monarca da raça de serpentes; e em outro corpo
vasto, sentou-se no cume da montanha. Com uma porção de sua ener-
gia, invisível a deuses e demônios, sustentou o rei as serpentes e com
outra infundiu vigor aos deuses.
Do oceano, agitado assim pelos deuses e Danavas, surgiu primei-
ro a vaca Surabhi, a fonte de leite e coalhos, adorada pelas divinda-
des e contemplada por elas e seus companheiros com mentes pertur-
badas e olhos brilhando de prazer. Então, enquanto os Santos no céu
imaginavam o que isto podia ser, surgiu a deusa Varuni,(c) com olhos
agitados pela embriaguez. Em seguida do redemoinho das profun-
dezas surgiu a árvore Parijata,(d) o deleite das ninfas no céu; perfuman-
do o mundo com suas flores. Foi produzida então a tropa dos apsara-
ras,(e) de surpreendente beleza, dotada de encanto e bom gosto. Surgiu
em seguida a lua de raios frios, sendo tomada por Mahadeva;(f) e de-
pois foi engendrado o veneno pelo mar, do qual as najas (g) tomaram pos-
se. Dhanvantari, vestido de branco e trazendo na mão a taça de am-
brósia, veio em seguida e em sua contemplação os filhos de Diti e
de Danu,(h) bem como os ascetas, se encheram de satisfação e prazer.
Depois, sentada numa flor de lótus e segurando um nenúfar em sua
mão, surgiu das ondas a deusa Shri,(i) radiante de beleza. Extasiados,
os grandes sábios a homenagearam com hinos na canção em seu lou-
vor, Vishvavasu (j) e outros coristas cantaram e Ghrtaci e outras ninfas ce-
lestes dançaram em seu redor. Ganga e outras correntes santas se apre-
sentaram para suas abluções, e os elefantes dos céus, tomando suas águas
puras em vasos de ouro, derramaram-nos sobre a deusa, a rainha do
Inundo universal. O mar de leite pessoalmente presenteou-a com uma
coroa de flores perenes e o artista dos deuses a decorou com ornamen-
tos celestes. Assim banhada, vestida e adornada a deusa, à vista dos
celestiais, atirou-se sobre o peito de Hari, e ali reclinada voltou os
olhos para as deidades, que se inspiraram extasiadas com seu olhar.
Não aconteceu assim com os daityas,(k) que com Vipracitti à sua fren-
te, encheram-se de indignação quando Vixnu se afastou deles, e fo-
ram abandonados pela deusa da prosperidade.
Os daityas poderosos e indignados tomaram então à força a taça
de Ambrósia que estava nas mãos de Dhanvantari. Mas Vixnu, assu-
mindo forma feminina, fascinou-os e iludiu-os e retomando a taça,
entregou-a aos deuses. Shakra (l) e as demais deidades embarcaram a
Ambrósia. Os demônios irritados, empunhando suas armas, caíram sé-
bre êles, mas os deuses, em quem a força da Ambrósia infundira vigor
novo, derrotaram e puseram seu anfitrião a fugir, e eles escaparam pe-
las regiões do espaço, mergulhando nos reinos subterrâneos. Com isso
os deuses se rejubilaram, prestaram homenagem ao portador da maça
e do disco, (b) e retomaram seu reino no céu. O sol brilhou com esplen-
dor renovado e retomou a tarefa que lhe fora atribuída; e os lumina-
res celestes novamente giraram em suas respectivas órbitas. O fogo mais
uma vez ardeu, belo em seu esplendor; e as mentes de todos os seres
foram animadas pela devoção. Os três mundos foram novamente tor-
nados felizes pela prosperidade e Indra, o chefe dos deuses, restaurado
em seu poder. Sentado em seu trono e mais uma vez no céu, exercen-
do soberania sobre os deuses, Shakra (l) elogiou a deusa que traz um
lótus em sua mão. Louvada, a agradecida Shri, morando em todas as
criaturas e ouvida por todos os seres, respondeu ao deus dos cem ritos(l)
"Estou feliz, monarca dos deuses, por tua adoração. Pede de mim
o que quiseres. Eu vim para satisfazer teus desejos". "Deusa", repli-
cou Indra, "se tu acederes às minhas orações; se sou digno de tua
generosidade, que seja este o meu primeiro pedido - que os três mun-
os jamais sejam novamente privados de tua presença. Minha segun-
da súplica, filha do oceano, é que não esqueças aquele que celebre
teus louvores nas palavras que te dirigi". "Eu não abandonarei os
três mundos outra vez'°, respondeu a deusa. "Este teu primeiro pedi-
do é satisfeito, pois estou feliz por teus louvores. Além disso, jamais
virarei o rosto para o mortal que, de manhã e de tarde, repetir o hino
com que te dirigiste a mim". (25)
(Ibid.,1.9)
a) Duas classes de demônios.
b) Vixnu.
c) A deusa do vinho.
d) Árvore paradisíaca.
e) Ninfas do céu.
f) Xiva.
g) Deidades das serpentes.
h) Demônios.
i) Divindade feminina da glória e Prosperidade.
J) Chefe dos Gandharvas, classe de semideuses.
k) Demônios.
l) Indra, chefe dos deuses.
5. Louvor dos Adoradores de Vixnu
"Dize, mestre, como distinguir o adorador de Hari,(a) o protetor
de todos os seres?” Yama retrucou: "Deves considerar adorador de
Vixnu aquele que nunca se desvia dos deveres prescritos à sua casta;
que vê com indiferença igual amigo ou inimigo; que nada toma, nem
fere qualquer ser. Sabe que a pessoa de mente sem manchas é um
adorador de Vixnu. Sabe que ela é um adorador devoto de Hari, que
pôs Janardana (b) em sua mente pura, que se libertou do fascínio e tem
a alma inconspurcada pelo solo da idade de KaJi.(c) Sabe que esse ho-
mem excelente é um adorador de Vixnu quando ele, vendo o ouro
em segredo, sustenta que a riqueza alheia nada mais é que grama,
e dedica todos os seus pensamentos ao senhor. Puro é aquele como
uma montanha de cristal claro, pois como pode Vixnu morar nos co-
rações dos homens com malicia e inveja e outras paixões más? O ca-
lor corrente do fogo não mora num feixe dos raios frios da lua. Quem
vive puro em pensamento, livre da malícia, contente, levando uma vida
santa, sentindo ternura por todas as criaturas, falando sábia e bondo-
samente, humilde e sincero, tem Vasudeva (d) sempre presente em seu
coração.
Como a jovem árvore Shala, por sua beleza, declara a excelência
das seivas com que se embebeu na terra, também quando o eterno to-
mou sua morada no seio de qualquer um este é encantador entre os
seres deste Inundo.
Afasta-te rapidamente daqueles homens cujos pecados foram dis-
persados do mérito moral e espiritual, cujas mentes estão diariamen-
te dedicadas à deidade imperceptível e se acabam isentos de orgulho,
falta de caridade e malicia.
No coração onde o divino Hari, que não tem começo ou fim, re-
side armado de uma espada, uma concha e uma maça, o pecado não
pode permanecer, pois não pode coexistir com aquilo que o destrói,
assim como a treva não pode continuar no mundo quando o sol está
brilhando. O eterno não faz sua morada no coração do homem que
cobiça a riqueza alheia, fere as criaturas vivas, fala grosseria e inver-
dade, se orgulha de sua iniqüidade e cuja mente é ruim, Janardana
não ocupa seus pensamentos naquele que inveja a prosperidade alheia,
calunia os virtuosos, jamais realiza sacrifícios, nem dá presentes aos pie-
dosos, cego pela propriedade da treva.
Aquele vil desgraçado não é adorador de Vixnu, o que pela avareza
não é bom para seus amigos e parentes mais próximos, sua esposa, filhos,
pais e dependentes. O homem abrutalhado cujos pensamentos são maus,
dedica-se a atos incorretos, busca sempre a companhia dos maus, e
não passa um dia sem perpetrar um crime, não é adorador de Vasudeva.(26)
(Ibid., 3.7)
a) Vixnu.
b) Vixnu.
c) A idade má (atual) da humanidade.
d) Vixnu.